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Traidores perdoados

“Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça. Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados.” - 2 Pedro 1 . 3-9

Os textos do apóstolo Pedro possuem uma ênfase muito interessante no equilíbrio entre a vida prática e o conhecimento verdadeiro do evangelho. Pedro estava inserido num contexto de perseguição, e na mentalidade do apóstolo, um entendimento correto do evangelho, produziria uma atitude correta em relação às circunstâncias da vida.

Este texto é especialmente interessante. Lembremos de quando o Senhor ainda estava na terra. Pedro e Judas, caminharam com o Senhor durante seu ministério, e ambos o rejeitaram em algum momento. Ambos traíram o mestre em seu coração. E com isso, observamos duas posturas diferentes acerca do erro, Judas, não procurou o Mestre e suicidou-se, pois sua decisão aparentemente o trouxe aflição (Mt 27.5). Pedro por sua vez, reconheceu seu erro, e isso o fez chorar amargamente, pois seu arrependimento foi real (Mt 26.75). Se observarmos seu procedimento durante a caminhada com Cristo retratada nos evangelhos e sua vida retratada no livro de Atos, notamos um homem totalmente transformado, um homem que entendeu o poder do evangelho e do perdão dos pecados; que sentiu esse poder em sua vida. O perdão de Cristo foi o que fez Pedro deixar de ser um “traidor envergonhado” para ser um “traidor perdoado”, tornando-se um pilar da igreja, como o próprio apóstolo Paulo o cita (Gl 2.9).

Nos dias de hoje, somos constantemente assombrados pelos nossos pecados do passado, às vezes sentimos vergonha, sentimos remorso. Precisamos nos lembrar diariamente que o poder de perdão e transformação está em Cristo e ele é o único capaz de nos restaurar, de nos purificar. Não podemos esquecer essas verdades, pois esquecê-las nos torna improdutivos, nos torna inoperantes no reino de Deus. E não teremos as qualidades que o apóstolo citou. Que a purificação de nossos pecados não seja algo apenas teórico, mas que ela produza em nós o mesmo sentimento que produziu em Pedro: empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor.

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