No livro de Provérbios, a sabedoria tem sua origem em Deus, Yahweh. Os ditados e instruções ali apresentados têm um principal objetivo: revelar prudência aos incautos; conhecimento e bom senso aos jovens (1.4); assim como aumentar a inteligência dos sábios (1.5). Embora este livro das sagradas Escrituras seja eminentemente prático e menos teológico, o alicerce de toda a sua tradição repousa sobre o princípio filosófico de que o “temor do Senhor” é o segredo de uma vida que tem sentido.
Em Provérbios capítulo 27, dezesseis dos vinte e sete versículos deste capítulo abordam a questão do nosso relacionamento com as pessoas (2-6,9-11,13-18 e 21,22). E o sábio nos dá muitos conselhos relacionados à amizade. Somos seres sociais, Deus nos fez para viver em comunidade. Devemos ter comunhão, tanto com Deus que nos criou e com Seu Filho Jesus (1 Co 1:9), como devemos ter comunhão uns com os outros. Embora a solidão possa ser, momentaneamente, um bem, o instinto social do homem impele-o a procurar a amizade de seus semelhantes, pois desde a criação os relacionamentos são incentivados e até realizados pelo próprio Deus.
Os verdadeiros amigos nos aconselham, corrigem, exortam e ajudam. O sábio diz que as feridas feitas pelo amigo, isto é, suas repreensões com palavras duras, são benção e não maldição. “Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos” (27.6).
A amizade exige desinteresse, devotamento e lealdade. Se com perseverança, tivermos assim conquistado amigos, eles correrão espontaneamente para acudir-nos no dia da nossa necessidade. Hoje podemos dizer que temos vivido isto em nossa família, por não sermos de Santos e não termos familiares aqui, encontramos principalmente na Igreja Batista do Marapé amigos irmãos que tem nos apoiado e nos dado a graça de seus convívios e cuidados, sendo benção em nossas vidas.
“Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro” (27.17). Quem não cultiva a amizade e vive no isolamento, vai aos poucos embotando a afetividade e a compreensão. O horizonte social e até intelectual se restringirá na medida em que vive em seu egoísmo. Como dito por um filósofo, “A leitura faz um homem cheio; o escrever, um homem exato; a conversa, um homem pronto”.
O contato com os outros nos afina, dá polimento, agudeza e brilho, tal como a lâmina submetida à ação de outra lâmina. É dever do crente escolher bem seus amigos, cultivá-los cuidadosamente, protegendo suas boas relações contra tudo que as possa manchar ou enfraquecer, e ampliar o círculo de amizade. Tudo isso são elementos essenciais no desenvolvimento do caráter do cristão.
Devemos nos esforçar, para ao longo da vida, construir boas amizades e não abandoná-las com o passar do tempo: “Não abandone o seu amigo nem o amigo de seu pai; quando for atingido pela adversidade não vá para a casa de seu irmão; melhor é o vizinho próximo do que o irmão distante.” (27.10). Bons amigos são difíceis, raros e escassos. Encontrando um, é preciso preservá-lo. Infelizmente o mundo está dominado por pessoas maliciosas, infiéis, injustas, maldizentes e mentirosas. Nossos relacionamentos sofrem com isso. A palavra do ser humano não tem o mesmo valor de antes.
Assim, vemos que boas amizades, principalmente com o povo de Deus, aperfeiçoa nossa fé. A troca de experiências, sabedoria e conhecimento do Senhor, com Seus servos nos torna mais animados, dedicados e inspirados. Neste mês de aniversário de nossa Igreja, comunidade, devemos aproveitar esta oportunidade e celebrarmos em Deus a possibilidade de termos amigos irmãos e continuar a nos ajudar e moldar mutuamente até a vinda de nosso Senhor!
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