Estou escrevendo a minha ultima pastoral como pastor da Igreja Batista do Marapé. Não quero parecer um político em fim de mandato, até porque não aspiro reeleição.
Quero fazer deste texto um memorial.
Fui consagrado ao ministério pastoral no dia 28 de Dezembro de 1996. Oficialmente, nesta data, tornei me um dos pastores desta igreja. Anteriormente, como seminarista (três anos), tive diversas oportunidades de pastoreio, principalmente num ano em que a igreja ficou sem pastor.
O primeiro período como Pastor auxiliar. Anos de aprendizado. Sou grato a igreja por confiar a mim áreas tão importantes de uma igreja. Pude trabalhar com os adolescentes, jovens, educação cristã. Aos poucos, fui me identificando com várias paixões. Sem dúvida, a maior delas o pastoreio propriamente dito. Fiz do ato de visitar o meu maior laboratório. Que prazer conhecer as pessoas além das paredes do prédio da igreja. Se tinha uma idade que mais me identificava? Não. Aprendi lidando com adolescentes e com idosos, com líderes e com anônimos.
Num momento de extrema dificuldade, entendi ser o plano de Deus que deveria deixar o Marapé. Acreditem, tinha certeza de que minha história com o Marapé estava terminada. Deixei a igreja no primeiro semestre de 2001. Neste tempo, já era o Reitor do Seminário Teológico Batista do Litoral e fui auxiliar o Pr. Daniel Guimarães na PIB de São Vicente. Meses depois, a igreja do Marapé me fez o convite para assumir a liderança da igreja. De fato, no decorrer deste tempo pude ajudar algumas pessoas da igreja que me procuravam, exatamente na vacância da figura de um pastor.
Meu retorno oficial se deu no dia 3 de Agosto de 2002. A igreja estava reduzida a 101 membros (no papel). Lembro dos desafios que me foram propostos. Alguns ao se referir a igreja assumiam um tom de impossibilidade. Se não fora o Senhor, teria desistido.
Posso dizer que nesses 18 anos de ministério pastoral titular não enfrentei nenhuma oposição orquestrada, nada que atrapalhasse o bom andamento da igreja. Lembro que orei a Deus e somente pedi paz para exercer o ministério confiado por Deus a mim.
Obviamente não foram anos sem luta. O Ministério pastoral não é água com açúcar. Tá mais pra chá de camomila com Maracujina. Mas, o que posso dizer como resumo do meu ministério junto a Igreja Batista do Marapé?
VIVI NA MINHA CASA, CRESCI COMO NÃO PODERIA CRESCER EM QUALQUER OUTRO LUGAR, FUI FELIZ E PLENAMENTE REALIZADO E SAIO COM A CERTEZA DE MISSÃO CUMPRIDA.
Alguns poderiam apontar meus defeitos, ou até mesmo o que não foi feito. Isso não é difícil. Mas, hoje temos 368 membros (e olha que mais de 50 foram desligados no recadastramento), além dos irmãos da Cristolândia. Nestes dezoito anos passamos a apoiar 12 famílias missionários (eram 3), mais 10 radicais da JMN que trabalham com a Cristolândia, formamos 10 seminaristas, plantamos duas novas Igrejas (Boiçucanga e Praia de Pernambuco) iniciamos o trabalha na Vila Nova, fomos a igreja que se tornou “igreja mãe” da Cristolândia, abrigamos o Seminário da Associação por 3 anos, somos a maior igreja parceira da pró viver, e tantas outras coisas que não cabem aqui.
Isso não é glória pra mim. Isso é glória somente a Deus. Eu sou grato por ter sido usado entre os irmãos. Sou extremamente grato pelo amor oferecido a mim e a minha família.
Minhas últimas palavras serão: “ESTAMOS JUNTOS”.